Como se o mundo se
incendiasse
nós
agarrados não tínhamos presente
não desejávamos futuro
éramos apenas nós
no frio da noite
clandestina
sem luz, sem clarão
sem rumo
pés sobre línguas húmidas,
desejos,
entre a folhagem
da selva de cimento
nós
que desejámos ser homens
na razão e no corpo
beijávamo-nos,
incendiávamos o mundo.
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